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sexta-feira, 11 de setembro de 2009


Lamento

Ana Death

Vísceras expostas no chão umedecido por teu sangue quente, meu eterno amor...
Espalham-se como as sombrias repercussões de um recente pesadelo, vi teu rosto
Desfigurado como as horríveis figuras das hordas infernais em desfile demente...
Em teu corpo restava a vaga lembrança da beleza que um dia teu semblante esculpiu...
Já que não podia ter tua maravilhosa pele ao meu alcance, teu mais belo sorriso espectral
A meu total dispor... Num acesso de insanidade latente, dispus-me de minhas vestes, assim como de meus medos...
Ao redor do círculo de fogo caminhei, uma visão indecente aos olhos puros que observam o pôr-do-sol...
Meu coração inclemente livrou-se de seus medos, terrores e amores...
Quando o fogo deu início à lenta consumação de tuas vestes, temi por minha alma,
Mais forte foi, no entanto, o instinto de infelicidade por não poder estar com você, beber de seus beijos envenenados...
Um sorriso triste esboçou-se em meu pálido rosto enquanto as lentas chamas consumiam tua pele uma vez tão bela, suave e pura...
Minha metade sangrava, queimava e gemia dentro de um círculo, em chamas...
As vozes dos demônios mais temidos em todo o reino das sombras entoavam teu nome, com inveja deste amor... "Como te sentes, meu doce amor?", foi minha última pergunta sem que resposta nenhuma fosse emitida por tua boca um dia tão sedutora...
Enquanto fenecias em meio às labaredas, meu coração rendia seus últimos lamentos por um amor à morte... Em meu peito, uma rosa sangrenta vive como lembrança de minha metade que se foi, sangrando sempre, a cada pôr-do-sol...
Uma rosa de sangue em minha pele cálida, tenra e morta... eternamente morta para o amor mortal...
Eternamente condenada por um amor infernal... Meu doce amor...
Tu me condenastes...
Ao inferno na terra...